Há pelo menos mil e uma razões para se gostar de um poema. Melhor: largos milhares - para evitar coincidências pouco dignificantes com o número de maneiras de cozinhar bacalhau e porque milhões seria talvez um leve exagero... Uma delas poderá ser aquela impressão que por vezes nos deixa de que somos autores (co-autores, vá) de palavras que não escrevemos nem seríamos capazes de escrever...
Quando hoje casualmente tropecei no poema de Carlos Drummond de Andrade que abaixo transcrevo, tive a sensação de que o meu pensamento só mudou de sotaque…
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Drummond de Andrade
Hoje, o poema é meu, ou antes, “meu”… Espero que as próximas selecções poéticas sejam vossas… Que acham da ideia de organizarmos uma antologia com os nossos poemas preferidos?
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