quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Poemas que falam por nós


Há pelo menos mil e uma razões para se gostar de um poema. Melhor: largos milhares - para evitar coincidências pouco dignificantes com o número de maneiras de cozinhar bacalhau e porque milhões seria talvez um leve exagero... Uma delas poderá ser aquela impressão que por vezes nos deixa de que somos autores (co-autores, vá) de palavras que não escrevemos nem seríamos capazes de escrever...
Quando hoje casualmente tropecei no poema de Carlos Drummond de Andrade que abaixo transcrevo, tive a sensação de que o meu pensamento só mudou de sotaque…


Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Drummond de Andrade

Hoje, o poema é meu, ou antes, “meu”… Espero que as próximas selecções poéticas sejam vossas… Que acham da ideia de organizarmos uma antologia com os nossos poemas preferidos?

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